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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Suplementos que contém anabolizantes



Brasil - Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde revela que um em cada quatro suplementos vendidos para praticantes de atividades físicas tem em sua composição substâncias anabolizantes não declaradas no rótulo. A análise foi concluída em dezembro do ano passado pelo Instituto Adolfo Lutz.

Entre os produtos, 5,4% eram de fabricação nacional, 9% eram importados e 85,6% não apresentavam informação de procedência. A maioria - 41% - era de apresentações em cápsulas, 33% eram em comprimidos e 16%, em pó. Nas amostras foram encontrados sais de testosterona e outros esteroides não identificados. As marcas não foram divulgadas.

A legislação brasileira que regulamenta esse tipo de produto proíbe a presença de estimulantes, hormônios e outras substâncias consideradas como doping pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

"A presença de anabolizantes nunca aparece no rótulo, a não ser que seja um produto importado, pois nos Estados Unidos a legislação permite a presença de pró-hormônios (precursores de testosterona, ou seja, substâncias que aumentam a produção desse hormônio no organismo). Então, é melhor não se basear no rótulo. A maioria traz algo camuflado", alerta a pesquisadora do Adolfo Lutz Maria Regina Walter Koschtschak.


DEPRESSÃO

O simples consumo de proteínas, carboidratos e sais minerais, afirma Maria Regina, não promove o crescimento da massa muscular como anunciam muitos produtos do gênero. "Se existe alguma promessa desse tipo é porque existe alguma substância para promover esse aumento. É preciso ficar atento à propaganda", diz.

Alguns indícios podem acender o sinal de alerta para aqueles que consomem suplementos nutricionais. "O aumento da agressividade, a flutuação repentina do humor e até estados depressivos ou de paranoia podem ser percebidos", diz Maria Regina. "Se a pessoa notar esses sintomas e estiver consumindo algum suplemento, seria conveniente ir ao médico para fazer uma dosagem hormonal e encaminhar uma amostra do produto para a vigilância sanitária local."

Há ainda outros efeitos colaterais que podem ser percebidos no longo prazo, como aumento do colesterol, hipertensão arterial, acne, queda de cabelo e enfarte do miocárdio. Nos homens, os esteroides podem causar redução da produção hormonal, aumento das mamas, câncer de próstata, atrofia testicular e impotência. Nas mulheres, irregularidades menstruais, alargamento das cordas vocais, aparecimento de pelos, atrofia mamária e hipertrofia clitoriana.


CONSUMO CONSCIENTE

Mesmo os suplementos que estão de acordo com a legislação não são inócuos e não devem ser tomados sem orientação adequada. Aqueles com grande teor de proteínas, por exemplo, podem causar problemas renais se tomados em quantidade incorreta. A dosagem varia de pessoa para pessoa.

"A maioria dos frequentadores de academia começa a tomar suplementos por indicação de amigos ou do instrutor ou do vendedor da loja de suplementos", conta o personal trainer Felipe Belli, formado em Educação Física e pós-graduado em nutrição esportiva.

"Mas o único profissional que pode recomendar esse tipo de produto é o nutricionista. Antes é preciso avaliar a necessidade de cada um e, se necessário, fazer exames de sangue", diz.

Belli também é consumidor de suplementos nutricionais e conta que toma entre uma aula e outra, quando não tem tempo de se alimentar de forma adequada. "Mas já li vários artigos que relatam a presença de anabolizantes nesses produtos. É preciso ficar atento."

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